quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O ciclo virtuoso do ensinamento/aprendizado

Vou insistir no assunto conhecimento e aprendizado porque realmente acredito que vale a pena, já que cada vez mais isso se torna um diferencial no mercado de trabalho.
Quando eu estava na faculdade tinha um professor de matemática financeira que vivia usando a frase "voces deveriam experimentar a estranha sensação do raciocínio" quando se referia à nossa preguiça mental. Hoje em dia entendi (eu acho) o que ele queria dizer e a aprecio tanto que acrescentaria "experiemente, dá barato!".
E o que isso tem a ver com arquitetura de software ou com tecnologia? Tudo! Escrevi no post anterior que uma das características que considero essenciais para um bom arquiteto - ou um bom profissional da área de TI em geral - é saber aprender, neste vou além: um bom arquiteto deve usar sua experiência e conhecimento para ensinar a aprender.

O arquiteto até pode ser líder mas nunca chefe
A diferença entre o líder e o chefe é que basicamente o primeiro é um cara que fica no plano de fundo, sem aparecer muito e cujo principal objetivo é levar os liderados ao sucesso, no contexto aqui proposto o sucesso seria o aprendizado, a aquisição do conhecimento. O chefe todo mundo tem e sabe como é.
Dentre as várias estratégias possíveis que poderiam ser usadas para atingir tal objetivo, uma que gosto muito de aplicar consiste em fazer com que o aprendiz chegue a uma conclusão (aprenda) através de perguntas e mais perguntas, sempre dando direcionamento, gerando conflito, mas nunca relelando a resposta em si, até que num dado momento o próprio aprendiz tem o "estalo" que resolve a questão. Neste instante o cérebro faz sua parte liberando substâncias químicas que dão um certo tipo de prazer (mais ou menos como a adrenalina) e a tal sensação do raciocínio se faz presente, como disse antes, dá barato!
Logicamente existem outros métodos, desde ensinar através de exemplos até as tais "comunities of practice" onde se aprende estudando e observando os mestres (ou membros do core), ou então incentivando a leitura (e porque não escrita) de artigos técnicos e/ou científicos, etc.
O importante é que o aprendiz consiga criar em sua mente a inferência que leva à solução, e não a solução em si, pois a primeira pode ser combinada com outras para solucionar outros tipos de problemas criando assim a base de um cérebro criativo.

Mas porque não dizer logo o que e como fazer ?
"Afinal é só dar a ordem, depois cobrar o resultado e pronto. Além do mais, fazer isso (ensinar a aprender) leva tempo, às vezes dá muito trabalho e nem sempre é bem recebido pela equipe".
Entre tantos motivos que consigo pensar, aquele que me parece o mais importante é: porque essa é uma via é de mão dupla, ensinar é a forma mais eficiente de aprendizado.
Pergunte aos seus professores, todos são unânimes em dizer que aprendem coisas novas diariamente com seus alunos, sendo assim o barato do aprendiz também é o barato do mestre: a aquisição de conhecimento.
Aí está a mágica, o conhecimento gera bem estar, que gera a predisposição a aprender, que realimenta a fonte inicial do ciclo, o mestre, que por sua vez se ve mais disposto ainda a ensinar. É este ciclo virtuoso que devíamos almejar ao escolher o difícil e trabalhoso caminho do ensinamento em detrimento da aparente agilidade de uma ordem.

bons estudos, bons ensinamentos
t+

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